O mistério das fotocópias abundantemente referidas nas escutas telefónicas da suposta Operação Marquês foi esclarecido esta semana através do cruzamento de dados de vendas de livros com a localização dos telemóveis de José Sócrates e do seu amigo Carlos Santos Silva.
As inesperadas conclusões da Polícia Judiciária mostram que, quando o antigo primeiro-ministro falava em fotocópias, afinal não se referia a dinheiro mas sim ao livro Fotocópias de John Berger.
O ensaísta inglês é uma das leituras de referência de José Sócrates desde há vários anos, sobretudo depois de ter estudado em Paris. Neste contexto, o Ministério Público vai agora tentar clarificar a situação tendo para já pedido nova busca às residências (oficiais e oficiosas) do antigo líder socialista. O objectivo é perceber se outro livro suspeito do mesmo autor faz parte da sua biblioteca: A Aparência das Coisas.
NC