O Banco de Portugal e o Ministério Público passaram a ter novas regras para aceder aos nomes das pessoas que alugam cofres particulares em bancos. Esta nova medida destina-se a dificultar o branqueamento de capitais mas está já a ter como efeito um desmesurado aumento da venda de colchões, um pouco por todo o país.
Segundo a Associação Nacional das Indústrias de Colchões e Afins, as encomendas aumentaram 15% na última semana e o sector, apanhado desprevenido, conheceu dificuldades de abastecimento do mercado. Os modelos mais desejados são, segundo um comerciante que não quis ser identificado, “os mais baratos e com poucas molas para terem mais espaço livre no seu interior”. Este empresário que gere uma empresa há mais de 30 anos afirma que “nunca viu nada assim, o telefone não pára de tocar na fábrica”.
O sociólogo Boaventura de Sousa Santos, que tem estudado a sociologia do direito, não se manifestou tão surpreendido: “é natural que as pessoas regressem a comportamentos sociais típicos como o esconder as notas no colchão”. Dantes “era por desconfiança nos bancos, agora é para que os bancos (e o fisco) não desconfiem”.
José Sócrates, especialista em cofres, disse ao Notícias Falsas que “vai continuar a usar o da mãe que é muito espaçoso e seguro”.
NC