Política

Cavaco Silva vai lançar este ano um novo livro de ensaios intitulado “0 Primeiro-Ministro e a Arte de Governar”.
O livro terá 10 capítulos sobre as competências do primeiro-ministro e suas boas práticas na função.
Para 2024, está prometido um segundo volume de ensaios com o título “O Primeiro-Ministro e a Arte de se Governar” com ensaios aguardados com imensa expectativa: “Como Recomendar um Banco Falido: Memórias de uma Amizade com a Família Espírito Santo”, “Como Investir no BPN: Caso Prático de Como Actuar no Mercado Bolsista”, “Como Ser Mais Sério do que todos os Outros: Lições de Vida da Minha Maria”, “Como ser Democrata e Recusar Todos os Debates Eleitorais”, “Como Escolher, Gerir e Manter Ministros Denunciados pelo jornal Independente”.
Neste momento, ainda está no segredo dos deuses quem são os escolhidos para apresentar os livros e para escrever os prefácios.
Voluntários que se ofereceram logo que souberam das intenções do seu antigo chefe: Marques Mendes, Pedro Santana Lopes, Duarte Lima e Manuel Dias Loureiro.

As buscas em casa de Rui Rio e na sede do PSD foram decididas quando os investigadores da Polícia Judiciária e da Autoridade Tributária encontraram facturas duvidosas para a contabilidade de um grupo parlamentar. Em causa estão 18 facturas contendo um elevado número de latas da marca Whiskas, famosa pela sua comida para felinos.
A investigação rapidamente levou a PJ e a AT a associarem estes produtos a Zé Albino, o conhecido gato que Rui Rio disse ter adoptado e que usou como arma política na última campanha eleitoral.
A partir desse facto, surgiram outras despesas suspeitas que desencadearam o aprofundamento do processo.
A investigação culminou com as buscas de hoje tendo sido apreendidas em casa de Rui Rio algumas latas da mesma marca Whiskas, facto que parece corroborar os indícios iniciais.
O gato Zé Albino disse não comentar rumores sobre a sua vida privada e negou ter influenciado as compras do antigo Presidente do PSD.
O primeiro-ministro, António Costa, comentou dizendo apenas que “temos de respeitar o tempo da Justiça” e que, neste momento, “não há arguidos pelo que não se justifica nenhuma iniciativa”.
Entretanto, o PAN repudiou a tentativa de envolvimento de um animal indefeso num caso de polícia.
O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa estava na Santini a saborear um gelado de morango e baunilha, mas fez questão de recordar que acredita que não há “ainda” razões para dissolver o parlamento e que vai continuar muito atento à conjuntura política.
Os restantes partidos ainda não se pronunciaram pois os respectivos gabinetes de imprensa estão a recolher informações sobre os animais de estimação dos respectivos líderes.

António Costa é primeiro-ministro desde 2015 e parece estar para ficar apesar dos esforços de muitos em o mandarem para Bruxelas. Decidimos que era o momento certo para o ouvir e ficar a conhecer melhor. Com a desenvoltura habitual, respondeu às 30 perguntas do questionário de Proust. Uma entrevista que fica para a história.

O que é para si a felicidade absoluta?
Uma boa conversa sobre o futuro com o Pedro [Nuno Santos] e o Fernando [Medina].
Qual considera ser o seu maior feito?
Deitar abaixo o muro de Berlim em Portugal, muitos anos depois da queda do muro em 1989. O PC e o Bloco não se vão esquecer.
Qual a sua maior extravagância?
Ir ver jogos do Zé Mourinho e daquele rapaz, do… Rui Patrício.
Que palavra ou frase mais utiliza?
Vamos lá ver.
Qual o traço principal do seu carácter?
A teimosia. Já viu quantos ministros eu aguentei em funções antes de os exonerar? E exonerei sempre contra a minha vontade.
O seu pior defeito?
Gostar mesmo do Professor Marcelo. No PS não conseguem perceber isto.
Qual a sua maior mágoa?
Não poder votar no Marcelo outra vez. E ainda corro o risco de ter de votar na Ana Gomes.
Qual o seu maior sonho?
Sair de Portugal e desempenhar um cargo internacional. Sei que nunca vai acontecer porque eu prometi ao Presidente da República que não sairia. Mas era giro, não era?
Qual o dia mais feliz da sua vida?
O dia em que o Professor Marcelo me deu uma boa nota na Faculdade. Sabe que ele foi meu professor, não sabe? E que professor.
Qual a sua máxima preferida?
Dividir para reinar.
Onde (e como) gostaria de viver?
Onde vivo hoje já que não consigo ir para a Europa.
Qual a sua cor preferida?
O vermelho Benfica e o verde da gravata que o Luís [Paixão Martins] me mandou comprar para ganhar as eleições com maioria.
Qual a sua flor preferida?
Disso não falo sem a opinião da Ana Catarina Mendes.
O animal que mais simpatia lhe merece?
Os cães porque são muito fiéis.
Que compositores prefere?
Sabe que a música não é o meu forte. Ouço sempre a opinião do Pedro [Adão e Silva]?
Pintores de eleição?
Vários. Mas não quero melindrar nenhum.
Quais são os seus escritores favoritos?
O Saramago que escreveu tão bem sobre Lisboa.
Quais os poetas da sua eleição?
Poetas? Olhe mais uma boa pergunta para o Pedro [Adão e Silva] me aconselhar.
O que mais aprecia nos seus amigos?
A franqueza e a capacidade de me dizerem a verdade antes de tomarem posse.
Quais são os seus heróis?
Mário Soares.
Quais são os seus heróis predilectos na ficção?
Os portugueses (excepto os professores).
Qual a sua personagem histórica favorita?
Mário Soares.
E qual é a sua personagem favorita na vida real?
Estou na dúvida e não me consigo decidir. Há várias.
Que qualidade(s) mais aprecia num homem?
A amizade.
E numa mulher?
A beleza.
Que dom da natureza gostaria de possuir?
Saber falar de forma mais clara e comer menos as sílabas.
Qual é para si a maior virtude?
A lealdade.
Como gostaria de morrer?
Acho que é ainda prematuro pensar nisso.
Se pudesse escolher como regressar, quem gostaria de ser?
Como líder de um partido de esquerda.
Qual é o seu lema de vida?
Isto passa, isto passa.

Maria Mortágua, coordenadora do Bloco de Esquerda é mais uma personalidade que convidámos para responder a 30 das perguntas do clássico Questionário de Proust. Ganhou protagonismo nas CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito) e os bloquistas quiseram apostar em alguém que foi capaz de  bater o pé a banqueiros e seus lacaios. 

O que é para si a felicidade absoluta?
Uma vida boa num acampamento de verão do Bloco a discutir igualdade de género e a comer pratos vegetarianos.
Qual considera ser o seu maior feito?
Ter sido capaz de provocar a amnésia do Ricardo Salgado.
Qual a sua maior extravagância?
Comprar uma experiência de aventura radical para me aproximar do eleitorado do Bloco.
Que palavra ou frase mais utiliza?
São, na verdade, duas: vida boa.
Qual o traço principal do seu carácter?
A perseverança aliada ao trabalho do colectivo pois sou só Coordenadora do Bloco.
O seu pior defeito?
Gostar de ser Coordenadora.
Qual a sua maior mágoa?
Ter de abandonar os momentos de vida boa que mereço em prol do Colectivo.
Qual o seu maior sonho?
Ser Ministra das Finanças.
Qual o dia mais feliz da sua vida?
Todos os dias são bons, não acha?
Qual a sua máxima preferida?
DDT é mesmo mais eficiente no combate à moscas, melgas e parasitas. Pensava que eu estava a falar do Ricardo Salgado?
Onde (e como) gostaria de viver?
No Butão ou noutro país com pessoas felizes.
Qual a sua cor preferida?
O vermelho, claro.
Qual a sua flor preferida?
Os cravos vermelhos.
O animal que mais simpatia lhe merece?
Os gatos porque não se deixam coordenar.
Que compositores prefere?
Não tenho tempo para ouvir o Spotify.
Pintores de eleição?
Todos os neo-realistas.
Quais são os seus escritores favoritos?
Todos os neo-realistas.
Quais os poetas da sua eleição?
Todos os neo-realistas.
O que mais aprecia nos seus amigos?
O sentido de humor.
Quais são os seus heróis?
Bakunine
Quais são os seus heróis predilectos na ficção?
Os agricultores de “Levantado do Chão”.
Qual a sua personagem histórica favorita?
Os camaradas revolucionários que fazem história.E qual é a sua personagem favorita na vida real?
Hesito entre Francisco Louçã e Gandhi.
Que qualidade(s) mais aprecia num homem?
A perseverança revolucionária,
E numa mulher?
A beleza revolucionária.
Que dom da natureza gostaria de possuir?
Saber cantar a Internacional sem desafinar.
Qual é para si a maior virtude?
A amizade sem limites aos meus opositores.
Como gostaria de morrer?
A seu tempo. Envolta numa bandeira arco-íris.
Se pudesse escolher como regressar, quem gostaria de ser?
Como uma revolucionária da revolução cubana.
Qual é o seu lema de vida?
Uma vida boa. 

Cavaco Silva é a segunda personalidade que convidámos para responder a 30 das perguntas do clássico Questionário de Proust. O antigo Presidente da República, antigo primeiro-ministro, investidor financeiro com o apoio do BES e do BPN (designadamente de Oliveira e Costa) resistiu ao impulso inicial de dizer não e, aconselhado de perto pela Dra. Maria, revelou algumas novidades sobre a sua providencial tolerância, sobre a visão austera de vida de mais um reformado a lutar com as extravagâncias dos netos.

O que é para si a felicidade absoluta?
Boliqueime… eu e aqui a Maria. Foi lá que nos conhecemos e é lá que vamos regularmente para recarregar as baterias.
Qual considera ser o seu maior feito?
Ter sido, de longe, o melhor primeiro-ministro português. (“Muito melhor do que o Sócrates”, acrescentou a Dra. Maria.)
Qual a sua maior extravagância?
Comprar bolo-rei em dias de campanha eleitoral.
Que palavra ou frase mais utiliza?
“Para serem mais honestos do que eu, têm que nascer duas vezes”.
Qual o traço principal do seu carácter?
Maria? O que repondo a esta? O quê? Ah, sim, sim… Olhe, escreva aí: Resiliência e conseguir fazer as várias render as várias reformas até ao fim do mês.
O seu pior defeito?
Defeito? Não tenho. Como me fartei de dizer: nunca tenho dúvidas e raramente me engano.
Qual a sua maior mágoa?
Não poder ir outra vez às Berlengas.
Qual o seu maior sonho?
Ser Presidente da República de Inglaterra onde fiz o Doutoramento, com bolsa de estudo e com muito sacrifício.
Qual o dia mais feliz da sua vida?
O de hoje: dormi bem, acordei bem, almocei bem e vou deitar-me cedo.
Qual a sua máxima preferida?
“Alea jacta est!”
Onde (e como) gostaria de viver?
Em Massamá ou em Boliqueime ou em São Bartolomeu de Messines.
Qual a sua cor preferida?
O laranja a quem dei duas maiorias absolutas.
Qual a sua flor preferida?
Qualquer uma, excepto cravos e muito menos vermelhos.
O animal que mais simpatia lhe merece?
Ratos mas amestrados.
Que compositores prefere?
José Malhoa durante a semana. A Katia Guerreiro para agradar à minha Maria.
Pintores de eleição?
Quando remodelámos a nossa casa, os da Robbialac pareceram-me muito bons.
Quais são os seus escritores favoritos?
Tenho de telefonar ao Sousa Lara para me aconselhar. Eu telefono e, depois, respondo a essa por fax.
Quais os poetas da sua eleição?
Maria: e esta? Poetas? Quem? Sim… Olhe ponha aí o Manuel Alegre (surpreendi, não foi?).
O que mais aprecia nos seus amigos?
A facilidade de dizerem que sim às minhas ordens.
Quais são os seus heróis?
O Papa João Paulo II.
Quais são os seus heróis predilectos na ficção?
Ora essa é difícil. Eu mando também por fax, pode ser. A Maria teve de ir lá baixo à mercearia e ela é que sabe mais dessas coisas.
Qual a sua personagem histórica favorita?
Os meus netos.
E qual é a sua personagem favorita na vida real?
A minha Maria (fica sempre bem dizer bem da esposa).
Que qualidade(s) mais aprecia num homem?
A força da beleza.
E numa mulher?
A beleza da força.
Que dom da natureza gostaria de possuir?
Saber comer bolo-rei em público e também em casa.
Qual é para si a maior virtude?
Estar sempre de acordo com o que for importante em cada momento.
Como gostaria de morrer?
Quem lhe disse que eu gostaria de morrer?
Se pudesse escolher como regressar, quem gostaria de ser?
Como… atleta de alta competição.
Qual é o seu lema de vida?
Levanta-te e anda.

A CCPLPCNSPC (Comissão Cultural para a Preservação da Língua Portuguesa no Contexto da Nova Sociedade do Politicamente Correcto) vai apresentar queixa ao Ministério da Educação, à Assembleia da República e aos líderes dos partidos com assento parlamentar. Segundo apurámos, bastou que a conta do Facebook de uma senhora que mora na Lixa começasse a divulgar uma petição exigindo a exclusão de toda a obra de Luís de Camões do Plano Nacional de Leitura.
A autora da petição, que já recolheu 103 assinaturas, prestou declarações afirmando-se “indignada com a linguagem” do poeta de Os Lusíadas.
Questionada sobre os motivos da indignação, a senhora que quis manter o anonimato, referiu apenas o conhecido poema Aquela escrava que me tem cativo. E confidenciou: “eu, desde que li esta frase com a palavra escravo, nem durmo bem. Andam todos esses professores com estudos a dizer que, agora, é pessoas escravizadas que se deve dizer. Nem quero pensar em abrir Os Lusíadas. Um horror”.
Ferro Rodrigues, Presidente da Assembleia da República, não se quis pronunciar antes de conhecer o conteúdo da petição embora adiante que “os deputados andam muito ocupados pelo que o agendamento da sua análise deverá só ocorrer na próxima legislatura. A não ser que o assunto tome proporções alarmantes no Facebook ou no Instagram”.
NC

André Ventura acaba de demonstrar a sua imensa versatilidade e de colocar em causa a ideia feita de que só vai para a política quem não sabe fazer mais nada.
O conhecido comentador de futebol, antes de chegar a líder partidário, já tinha evidenciado fortes competências na área da Sociologia e da Antropologia tendo chegado a publicar artigos e fazer conferências sobre a dimensão social, económica, psicológica, política, comportamental e ambiental das comunidades de etnia cigana que, com rigor científico, chamava de “os ciganos”.
Agora, uma entrevista recente mostra a nova dimensão do saber enciclopédico de André Ventura: “se o Chega for ilegalizado teremos um Verão muito quente”. A meteorologia é, claramente, uma nova área científica sobre a qual começará a ser ouvido com toda a atenção.
Entretanto, Marques Mendes no seu espaço televisivo de astrologia política revelou ter recebido informação fidedigna que a culinária e a veterinária serão as duas outras áreas que o líder da extrema-direita vai utilizar para aumentar a sua força eleitoral.

O PSD está em polvorosa depois de iniciado o processo de revisão do seu passado. Tudo aconteceu na sequência de declarações de Durão Barroso em que garantiu «que ainda há um preconceito que não dá a Cavaco Silva o reconhecimento que lhe é merecido».
A afirmação incomodou Rui Rio que se julgou o alvo do antigo primeiro-ministro e confidenciou aos seus mais próximos colaboradores que iria responder de imediato.
Enquanto isso não acontece, outros antigos líderes do PSD vieram já responder ao desafio de Durão Barroso. Passos Coelho disse reconhecer «o valor e o inestimável contributo de Cavaco para a afirmação do Partido». Marques Mendes sublinhou o «papel de facilitador do desenvolvimento económico do país».
Mas, se há consenso no PSD, noutros quadrantes políticos a situação é diferente.
A ministra socialista Mariana Vieira da Silva disse que o PS não tinha nada a acrescentar «pois sempre defendemos que à Justiça o que é da Justiça e à política o que é da política».
Entretanto, Catarina Martins do Bloco de Esquerda recordou que Cavaco permitiu «o nascimento e crescimento do BPN e de outros tentáculos financeiros que prejudicaram Portugal, empobreceram os portugueses e as portuguesas e enriqueceram aqueles que por lá passaram».
Por seu turno, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, não se fez rogado e  lançou uma farpa: «os portugueses e, em especial, os trabalhadores estão bem cientes de que foi com Cavaco Silva no Governo que começou a grande ofensiva contra as conquistas de Abril».
Finalmente o jovem líder do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, disse não poder comentar porque, «nos anos do governo de Cavaco Silva ainda andava na escola primária e não tinha uma opinião formada».
Instado a comentar toda esta polémica, o antigo primeiro-ministro e antigo presidente disse estar ocupado a escrever um livro de memórias «em que vai revelar como e quando José Sócrates lhe deu a entender que estava a preparar alguma coisa de esquisito».
José Sócrates não quis comentar mas garantiu que «nunca pediu nenhum empréstimo a Cavaco».
NC

O duelo do ano está a começar. Como os espectáculos com muitas pessoas estão proibidos devido à pandemia, António Costa e Rui Rio decidiram optar pelos jornais.
No primeiro assalto, o líder socialista e actual primeiro-ministro, foi brutal e entrou a matar numa entrevista ao Diário de Notícias: «Um cata-vento, ao menos, tem pontos cardeais, o Dr. Rio não tem».
Na sede nacional do PSD, o líder do PSD respondeu à letra: «O Dr. António Costa não sabe onde fica o norte nem com uma bússola na mão» e por isso «o país anda há deriva há vários anos».
O conhecido astrólogo político Marques Mendes vai revelar hoje quais os próximos golpes assegurando que lhe garantiram que António Costa já tem no seu bolso a bússola que comprou numa loja de viagens na baixa de Lisboa. Por seu turno, Rui Rio ainda está à espera que os seus assessores lhe expliquem que os pontos cardeais não são uma invenção de Costa só para o atacar.
Finalmente, espera-se que Marques Mendes também produza algum conhecimento científico de referência no seu próximo comentário. Se isso não acontecer, Rui Rio ficará então dependente da boa vontade de Cavaco Silva pois, como se sabe, este antigo líder do PSD nunca tem dúvidas e raramente se engana. Resta saber se Cavaco aceita falar do tema ou se vai estar a comer bolo-rei.
NC

José Sócrates revela um pouco mais sobre a sua personalidade. Desafiámos o antigo primeiro-ministro a responder a 30 perguntas do clássico Questionário de Proust. José Sócrates abre o seu coração numa entrevista íntima em que revela parte do lado oculto na sua vida pública.

O que é para si a felicidade absoluta?
Paris, ao fim da tarde. Sobretudo os momentos passados nas margens do rio Sena.
Qual considera ser o seu maior feito?
Ter sido, de longe, o melhor primeiro-ministro português.
Qual a sua maior extravagância?
Proporcionar ao meu filho uma educação de excelência numa escola francesa.
Que palavra ou frase mais utiliza?
“Porreiro, pá!”
Qual o traço principal do seu carácter?
A flexibilidade.
O seu pior defeito?
Eu não vos admito isso. Depois e estar como eu estou há 7 anos sem ser acusado nem nada, ainda têm lata de me falar em defeitos. Nem o Juiz Carlos Alexandre me disse isso.
Qual a sua maior mágoa?
Não poder jantar regularmente com o Armando Vara.
Qual o seu maior sonho?
Ser Presidente da República.
Qual o dia mais feliz da sua vida?
O dia, ainda era eu um jovem estudante de Engenharia, em que percebi que as fotocópias podiam ser à borla.
Qual a sua máxima preferida?
“Quem meus filhos beija, minha boca adoça”.
Onde (e como) gostaria de viver?
One vivi e sempre fui muito feliz: Paris (no Verão) e Ericeira (no Inverno).
Qual a sua cor preferida?
Vermelho: da cor do cachecol do Benfica com que fiz uma entrada triunfal no refeitório da prisão de Évora.
Qual a sua flor preferida?
Aquela de que eu gosto muito e o Carlos [Santos Silva] me oferecia muitas vezes.
O animal que mais simpatia lhe merece?
Qualquer um desde que seja feroz.
Que compositores prefere?
Desculpe mas não falo de assuntos pessoais.
Pintores de eleição?
Para eleger prefiro políticos profissionais.
Quais são os seus escritores favoritos?
Sempre admirei o Moita Flores e aquele livro que ele escreveu “Memórias do Cárcere”.
Quais os poetas da sua eleição?
Outra vez?! Já disse que prefiro políticos profissionais.
O que mais aprecia nos seus amigos?
A sua imensa capacidade de emprestar sem hesitação. São poucos os que podemos considerar verdadeiros amigos. Assim de repente, no meu caso, só me lembro do Carlos.
Quais são os seus heróis?
A minha mãe que sempre me ajudou e inspirou. Ainda hoje recordo com ternura os momentos que passámos junto ao seu cofre.
Quais são os seus heróis predilectos na ficção?
O meu avô que esteve ligado ao negócio do volfrâmio há muitos anos.
Qual a sua personagem histórica favorita?
Lula da Silva.
E qual é a sua personagem favorita na vida real?
Ricardo Salgado.
Que qualidade(s) mais aprecia num homem?
A amizade.
E numa mulher?
A beleza.
Que dom da natureza gostaria de possuir?
O de transformar a realidade de acordo com os meus desejos.
Qual é para si a maior virtude?
Hesito entre odiar o Juiz Carlos Alexandre ou odiar aquela criatura do Ministério Público… o coiso, o…
Como gostaria de morrer?
Que pergunta idiota! Acha que tenho tempo para me preocupar com isso?
Se pudesse escolher como regressar, quem gostaria de ser?
Sempre eu, absolutamente eu: mas com algum dinheiro mais para uma pequena extravagância.
Qual é o seu lema de vida?
Penso que a frase é atribuída a São Paulo: “Pede e alcançarás”.

A Ordem dos Advogados (OA) denunciou, através de comunicado, o que considera ser “um violento ataque aos advogados portugueses” desferido pelo CDS ao propor a obrigação de exclusividade aos deputados à Assembleia da República.
O comunicado refere ainda que, sob o pretexto de combater a corrupção e o enriquecimento ilícito, os centristas apenas conseguem “colocar em causa a sobrevivência de muitos advogados”.  Pormenorizando, a OA afirma: “face aos parcos rendimentos dos deputados, há dezenas de advogados que se vêem obrigados a ter outro emprego num escritório de  advocacia com nítido prejuízo e sacrifício da sua vida pessoal e familiar”. Se esta proposta for aprovada, a OA antevê “períodos sombrios para os advogados portugueses que, como se sabe, tudo fazem para manterem um nível de vida digno da sua profissão”.
O CDS, alarmado com esta tomada posição, vai propor que, no âmbito dos apoios do Estado e situações de excepção (como a pandemia do COVID-19), os advogados possam também candidatar-se ao programa APOIAR que nos últimos meses tem sido essencial para a sobrevivência de restaurantes e similares.
NC

O porta-voz do Conselho dos Bispos da Igreja Católica mostrou-se muito satisfeito com a iniciativa do CDS pois «representa um passo importante no bom sentido da moralidade e do respeito». Depois de vários anos em que os políticos foram sendo acusados de «muita coisa», este responsável pensa que o jovem líder democrata-cristão acertou finalmente: o regime de exclusividade dos deputados ajudará a combater a corrupção.
No entanto, a Igreja Católica ainda tem esperança que se possa ir mais longe nestas importantes matérias. Por isso, anunciou que, no período de discussão pública, emitirá uma posição em que exigirá que os novos deputados sejam também obrigados a voto de celibato. Sobre o acesso das mulheres a estas funções, o gabinete de estudos da Igreja vai ouvir personalidades que muito preza como a antiga ministra Assunção Cristas e a popular estrela televisiva Cristina Ferreira.
NC

Fernando Silva, o Presidente da Associação dos Psicólogos Independentes, manifestou a sua discordância com a recente proposta do CDS que prevê a exclusividade dos deputados para prevenir a corrupção e o enriquecimento ilícito.
De acordo com este especialista trata-se de uma proposta ineficaz pois, «vários estudos científicos comprovam que os comportamentos desviantes como a cleptomania não dependem da natureza das funções ou do número de empregos das pessoas». E acrescenta que «não há evidência científica e clínica, tanto nos EUA como na Europa, que comprove que a função de deputado exercida em regime de exclusividade baixe o número de incidências de comportamentos impróprios como os referidos». Por seu turno, a Ordem dos Psicólogos não quis comentar sem antes fazer um referendo interno atendendo à delicadeza do assunto. No entanto, referiu que o «muito citado caso de Jair Bolsonaro, estudado no Brasil, continua sem ser conclusivo pois ainda não foi possível estabelecer em concreto qual o seu perfil patológico por serem muitos os sintomas que foram sendo observados».
O Núcleo de Psicólogos Centristas reunirá este fim-de-semana para elaborar um parecer que permita ao CDS sustentar a sua posição.
NC

O CDS entregou esta semana uma iniciativa legislativa em que pretende que os deputados só possam exercer os seus mandatos em regime de exclusividade. A surpreendente e inusitada proposta não terá efeitos retroactivos salvando assim a situação de pluri-emprego de dezenas de parlamentares.
Francisco Rodrigues dos Santos (não confundir com o jornalista José Rodrigues dos Santos) defendeu que esta «é a única forma de acabar com a corrupção e o enriquecimento ilícito». E, ao mesmo tempo, «melhorar a imagem dos deputados junto dos portugueses».
Como medidas complementares, o CDS vai propor que as Universidades públicas de Lisboa, Porto e Coimbra criem rapidamente novos cursos (licenciaturas e mestrados) de Estudos Parlamentares, de forma a preparar os futuros ao Parlamento. Com o objectivo de preservar a pluralidade dos futuros deputados, para o acesso a estes cursos  não contam as notas do ensino secundário mas sim os anos de militância numa juventude partidária.
Para assegurar o equilíbrio, o número de vagas será anualmente revisto sendo sempre proporcional aos resultados obtidos pelos partidos nas sondagens.
NC

O Grupo Parlamentar do PCP acaba de apresentar no Parlamento um projecto que visa legislar sobre o enriquecimento injustificado ou ilícito, designadamente de titulares de cargos públicos. A proposta prevê penas de prisão até 3 anos. No eventual quadro legislativo proposto, as investigações incidirão sobre pessoas que não consigam justificar e documentar os seus elevados rendimentos (ou outros sinais exteriores de riqueza). Na mira dos deputados comunistas não estão os futebolistas e outros emigrantes, como fez questão de sublinhar Jerónimo de Sousa.
Questionado sobre os limites considerados suspeitos no âmbito desta proposta, o deputado esclareceu que “serão averiguadas as situações em que os suspeitos apresentem aumentos nas suas declarações de IRS superiores a 400 salários mínimos mensais sem que lhes tenha saído o Euromilhões ou a Lotaria de Natal”.
Com a actual crise da Justiça em curso, ainda não é claro o destino desta proposta. No entanto, para já, espera-se que o plenário da Assembleia da República (AR) aprove o projecto na generalidade e, depois, baixe à comissão parlamentar especializada onde ficará em análise, avaliação de impacte, estudo, revisão, ponderação e discussão durante o tempo suficiente para ser esquecido.
NC