O PSD está em polvorosa depois de iniciado o processo de revisão do seu passado. Tudo aconteceu na sequência de declarações de Durão Barroso em que garantiu «que ainda há um preconceito que não dá a Cavaco Silva o reconhecimento que lhe é merecido».
A afirmação incomodou Rui Rio que se julgou o alvo do antigo primeiro-ministro e confidenciou aos seus mais próximos colaboradores que iria responder de imediato.
Enquanto isso não acontece, outros antigos líderes do PSD vieram já responder ao desafio de Durão Barroso. Passos Coelho disse reconhecer «o valor e o inestimável contributo de Cavaco para a afirmação do Partido». Marques Mendes sublinhou o «papel de facilitador do desenvolvimento económico do país».
Mas, se há consenso no PSD, noutros quadrantes políticos a situação é diferente.
A ministra socialista Mariana Vieira da Silva disse que o PS não tinha nada a acrescentar «pois sempre defendemos que à Justiça o que é da Justiça e à política o que é da política».
Entretanto, Catarina Martins do Bloco de Esquerda recordou que Cavaco permitiu «o nascimento e crescimento do BPN e de outros tentáculos financeiros que prejudicaram Portugal, empobreceram os portugueses e as portuguesas e enriqueceram aqueles que por lá passaram».
Por seu turno, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, não se fez rogado e lançou uma farpa: «os portugueses e, em especial, os trabalhadores estão bem cientes de que foi com Cavaco Silva no Governo que começou a grande ofensiva contra as conquistas de Abril».
Finalmente o jovem líder do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, disse não poder comentar porque, «nos anos do governo de Cavaco Silva ainda andava na escola primária e não tinha uma opinião formada».
Instado a comentar toda esta polémica, o antigo primeiro-ministro e antigo presidente disse estar ocupado a escrever um livro de memórias «em que vai revelar como e quando José Sócrates lhe deu a entender que estava a preparar alguma coisa de esquisito».
José Sócrates não quis comentar mas garantiu que «nunca pediu nenhum empréstimo a Cavaco».
NC
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A Ordem dos Advogados (OA) denunciou, através de comunicado, o que considera ser “um violento ataque aos advogados portugueses” desferido pelo CDS ao propor a obrigação de exclusividade aos deputados à Assembleia da República.
O comunicado refere ainda que, sob o pretexto de combater a corrupção e o enriquecimento ilícito, os centristas apenas conseguem “colocar em causa a sobrevivência de muitos advogados”. Pormenorizando, a OA afirma: “face aos parcos rendimentos dos deputados, há dezenas de advogados que se vêem obrigados a ter outro emprego num escritório de advocacia com nítido prejuízo e sacrifício da sua vida pessoal e familiar”. Se esta proposta for aprovada, a OA antevê “períodos sombrios para os advogados portugueses que, como se sabe, tudo fazem para manterem um nível de vida digno da sua profissão”.
O CDS, alarmado com esta tomada posição, vai propor que, no âmbito dos apoios do Estado e situações de excepção (como a pandemia do COVID-19), os advogados possam também candidatar-se ao programa APOIAR que nos últimos meses tem sido essencial para a sobrevivência de restaurantes e similares.
NC
O porta-voz do Conselho dos Bispos da Igreja Católica mostrou-se muito satisfeito com a iniciativa do CDS pois «representa um passo importante no bom sentido da moralidade e do respeito». Depois de vários anos em que os políticos foram sendo acusados de «muita coisa», este responsável pensa que o jovem líder democrata-cristão acertou finalmente: o regime de exclusividade dos deputados ajudará a combater a corrupção.
No entanto, a Igreja Católica ainda tem esperança que se possa ir mais longe nestas importantes matérias. Por isso, anunciou que, no período de discussão pública, emitirá uma posição em que exigirá que os novos deputados sejam também obrigados a voto de celibato. Sobre o acesso das mulheres a estas funções, o gabinete de estudos da Igreja vai ouvir personalidades que muito preza como a antiga ministra Assunção Cristas e a popular estrela televisiva Cristina Ferreira.
NC
Fernando Silva, o Presidente da Associação dos Psicólogos Independentes, manifestou a sua discordância com a recente proposta do CDS que prevê a exclusividade dos deputados para prevenir a corrupção e o enriquecimento ilícito.
De acordo com este especialista trata-se de uma proposta ineficaz pois, «vários estudos científicos comprovam que os comportamentos desviantes como a cleptomania não dependem da natureza das funções ou do número de empregos das pessoas». E acrescenta que «não há evidência científica e clínica, tanto nos EUA como na Europa, que comprove que a função de deputado exercida em regime de exclusividade baixe o número de incidências de comportamentos impróprios como os referidos». Por seu turno, a Ordem dos Psicólogos não quis comentar sem antes fazer um referendo interno atendendo à delicadeza do assunto. No entanto, referiu que o «muito citado caso de Jair Bolsonaro, estudado no Brasil, continua sem ser conclusivo pois ainda não foi possível estabelecer em concreto qual o seu perfil patológico por serem muitos os sintomas que foram sendo observados».
O Núcleo de Psicólogos Centristas reunirá este fim-de-semana para elaborar um parecer que permita ao CDS sustentar a sua posição.
NC
O CDS entregou esta semana uma iniciativa legislativa em que pretende que os deputados só possam exercer os seus mandatos em regime de exclusividade. A surpreendente e inusitada proposta não terá efeitos retroactivos salvando assim a situação de pluri-emprego de dezenas de parlamentares.
Francisco Rodrigues dos Santos (não confundir com o jornalista José Rodrigues dos Santos) defendeu que esta «é a única forma de acabar com a corrupção e o enriquecimento ilícito». E, ao mesmo tempo, «melhorar a imagem dos deputados junto dos portugueses».
Como medidas complementares, o CDS vai propor que as Universidades públicas de Lisboa, Porto e Coimbra criem rapidamente novos cursos (licenciaturas e mestrados) de Estudos Parlamentares, de forma a preparar os futuros ao Parlamento. Com o objectivo de preservar a pluralidade dos futuros deputados, para o acesso a estes cursos não contam as notas do ensino secundário mas sim os anos de militância numa juventude partidária.
Para assegurar o equilíbrio, o número de vagas será anualmente revisto sendo sempre proporcional aos resultados obtidos pelos partidos nas sondagens.
NC