O mistério das fotocópias abundantemente referidas nas escutas telefónicas da suposta Operação Marquês foi esclarecido esta semana através do cruzamento de dados de vendas de livros com a localização dos telemóveis de José Sócrates e do seu amigo Carlos Santos Silva.
As inesperadas conclusões da Polícia Judiciária mostram que, quando o antigo primeiro-ministro falava em fotocópias, afinal não se referia a dinheiro mas sim ao livro Fotocópias de John Berger.
O ensaísta inglês é uma das leituras de referência de José Sócrates desde há vários anos, sobretudo depois de ter estudado em Paris. Neste contexto, o Ministério Público vai agora tentar clarificar a situação tendo para já pedido nova busca às residências (oficiais e oficiosas) do antigo líder socialista. O objectivo é perceber se outro livro suspeito do mesmo autor faz parte da sua biblioteca: A Aparência das Coisas.
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José Sócrates sempre afirmou que tinha trocado três quadros seus por um quadro que lhe foi entregue pelo amigo Carlos Santos Silva. Mas nunca revelou que obra seria, deixando crescer a especulação.
Até que esta semana o conhecido colecionador de arte Joe Berardo revelou um facto que pode alterar o curso da própria Operação Marques: o quadro que José Sócrates recebeu foi, afinal, colocado por 3 milhões de euros no mercado de arte internacional.
O conceituado MOMA de Nova Iorque adquiriu o quadro que, agora, pode ser visto na sua colecção permanente.
A administração do museu norte-americano referiu “o orgulho de acolher uma obra tão significativa no seu espólio” e confessou a dificuldade na aquisição uma vez que o vendedor (cujo nome não revelou) “insistiu sempre em receber os 3 milhões em dinheiro, não aceitando transferências bancárias ou cheques”.
Mas tudo acabou por ser resolvido com a intervenção de Joe Berardo que está muito habituado a realizar negociações internacionais e intermediou a operação de contornos pouco habituais mas que não deixou rasto.
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José Sócrates vai lançar um novo livro e é já grande a ansiedade entre livreiros. Como se sabe, os anteriores livros do ex-Primeiro-Ministro foram um tremendo sucesso de vendas. Neste ano de pandemia, “esta pode ser a salvação de muitas livrarias”, confessa Manuel António, um livreiro de Chaves.
Por seu turno, Alfredo Silva, gerente de uma livraria da rede Bertrand em Lisboa, assegurou que chegou a vender 25 exemplares do anterior livro de José Sócrates à mesma pessoa. “Não sei se eram para oferecer ou para destruir. A verdade é que o cliente regressou várias vezes e nunca levava menos de 10 exemplares”. E conclui o livreiro: “a obra esteve no Top de Vendas várias semanas”.
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A PSP foi chamada por uma vizinha de José Sócrates, na madrugada da passada sexta-feira. Segundo Maria Amélia, “eram três da manhã e não se conseguia dormir porque o senhor Engenheiro estava aos berros com o outro senhor que é muito amigo dele exigindo saber onde estavam os outros 30 milhões”.
O Notícias Falsas contactou o Gabinete de Relações Públicas da PSP e confirmou que a origem da altercação entre os dois amigos era a desconfiança de José Sócrates sobre o destino de uma avultada verba que, segundo o juiz Ivo Rosa, afinal não existia. Segundo o auto de polícia, que o consultámos na esquadra, o antigo primeiro-ministro questionou e ameaçou o seu amigo porque não se conformava que os mais de 30 milhões prometidos e anunciados tivessem sido reduzidos a uns míseros 1,7 milhões.
Carlos Santos Silva acabou, após difícil intervenção de negociação e resgate por parte dos agentes da PSP, por conseguir sair do apartamento de Sócrates com a promessa de lhe trazer um conjunto de fotocópias dentro de dois dias.
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O juiz Ivo Rosa, que é conhecido por ser avesso a novas tecnologias, fez as contas das alegadas verbas alegadamente envolvidas na alegada corrupção da suposta Operação Marquês sem usar máquina calculadora.
Segundo um especialista em TI e um professor de Matemática entretanto ouvidos pelo Ministério Público na preparação do recurso para o Tribunal da Relação, essa é a melhor explicação para o facto de as verbas alegadamente suspeitas de estarem na base da alegada corrupção do antigo primeiro-ministro serem de apenas 1,7 milhões de euros e não os mais de 30 milhões que o Ministério Público tinha avaliado com o uso de uma sofisticada folha de cálculo construída laboriosamente no Microsoft Excel ao longo da investigação.
Em busca de mais informação, o Notícias Falsas ouviu dois colegas da Escola Primária de Ivo Rosa que confirmaram as grandes dificuldades do então Ivito em tudo o que era aritmética: “ele até andou em explicações e foi com muita dificuldade que passou na 4a classe”. E concluem: “por isso ele foi para Direito, porque assim escapava a ter Matemática”.
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